O Open Finance começou como um movimento popular desenvolvido para complementar a ideia inicialmente apresentada pelo Open Banking. Atualmente, o Open Finance ganha cada vez mais força ao redor do mundo, sendo implementado ou ao menos discutido em países como Estados Unidos, Canadá, México, Índia, Japão, Austrália, Rússia, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Singapura.
Como o próprio nome diz, Open Finance é um sistema financeiro aberto que apresenta o seguinte conceito: além dos bancos convencionais, várias outras organizações financeiras também podem oferecer seus próprios produtos (dentro das regulações preestabelecidas). Com isso, o Banco Central é capaz de “abrir” o sistema financeiro para que a população tenha acesso a outros serviços e deixe de ser “refém” dos mesmos bancos que monopolizam o mercado.
Para facilitar essa coexistência de diferentes instituições, o Open Finance visa interligar e democratizar todas as informações financeiras de uma pessoa cujo cadastro é acessado única e exclusivamente pelos bancos nos quais ela tem conta. Desta forma, instituições financeiras não convencionais como corretoras de seguros, companhias de câmbio e fundos de previdência, por exemplo, também podem fazer uso de dados dos clientes, que por sua vez têm mais liberdade de movimentar suas contas por meio de diferentes plataformas, consentindo que suas informações pessoais sejam disponibilizadas para outras empresas.
Tal iniciativa de dados abertos acaba por favorecer não somente os consumidores, mas também pequenas empresas que têm interesse em acessar, alterar e se beneficiar de informações privadas e até então exclusivas. Em outras palavras, o Open Finance permite o livre trânsito de informações entre clientes e instituições reguladas, garantindo que pessoas físicas e jurídicas sejam donas de seu próprio histórico financeiro e possam levá-lo para onde quiserem.
Em suma, o Open Finance nada mais é do que o compartilhamento de dados autorizado pelo consumidor no mercado financeiro como um todo. Inicialmente, haverá a obrigatoriedade de acesso aos dados mais simples dos usuários, que depois se estenderá aos extratos e transferências bancárias e, em seguida, a produtos como investimentos, seguros, previdência, hipotecas e outros.
Com essa “abertura” marcada pelo Open Finance, empresas de tecnologia terão acesso às interfaces das organizações financeiras para desenvolver novas aplicações e serviços que operem com a ajuda dos dados então disponibilizados, proporcionando assim uma experiência integrada na qual todas as instituições têm seu devido espaço. A ideia é que, por exemplo, uma seguradora consiga consultar o histórico de bom segurado do futuro cliente em outra seguradora, bem como seu histórico bancário de bom pagador, podendo formular um produto mais personalizado e dentro das condições previstas. Assim, o novo modelo estimula o aumento da oferta de produtos financeiros e, consequentemente, a competição entre as mais diversas instituições atualmente existentes, incluindo fintechs, que ainda não possuem escala e recursos como os bancos tradicionais.
O Open Finance está chegando como um passo importante na transformação, modernização e competitividade do sistema financeiro brasileiro. De fato, a versatilidade deste novo sistema servirá para desbloquear o potencial econômico e redistribuir os privilégios das grandes instituições, incentivando a inovação e a autonomia do cliente, cuja privacidade e segurança continuarão intactas com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
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