O automóvel desenvolve-se cada vez mais para um computador sobre rodas. Já faz muito tempo que a maioria das inovações no setor automobilístico tem se baseado na tecnologia eletrônica e de software. Para isso, o desenvolvimento de, a exemplo, serviços de mobilidade, direção autônoma ou automatizada, conexão, entretenimento informativo ou mobilidade eletrônica representam uma importante contribuição. Com a quantidade de funções controladas por software no automóvel, transforma-se, também, a arquitetura de TI no veículo para supercomputadores centralizados, virtuais e de alta velocidade.
A Volkswagen foi a primeira OEM a designar uma equipe de gestão de Software em seu conselho administrativo. Concomitantemente, a empresa concentrou o seu desenvolvimento de software em uma unidade de negócios independente. Isso representa um sinal claro sobre a direção que o desenvolvimento dos automóveis está tomando. As funções no automóvel são cada vez mais interligadas e há, cada vez mais, sensores e tecnologia eletrônica. A proporção de software em um automóvel está crescendo de forma significativa. Segundo o diretor da empresa Continental, o valor de venda do software em um veículo premium será de cerca de 40% em 2023. Isso é indicado também pelo desenvolvimento das áreas profissionais. Nos OEMs, a porcentagem de engenheiros na área de TI e software irá aumentar para 50%. Além disso, os diferentes ciclos de inovação dos veículos e das aplicações eletrônicas trazem consequências para o desenvolvimento da tecnologia eletrônica.
Mais de 100 dispositivos de controle, até 8 quilômetros de cabeamento: Os automóveis de uso pessoal tornaram-se verdadeiras redes sobre rodas. Segundo uma pesquisa da empresa de consultoria Invensity de Wiesbaden, atualmente cerca de 90% das inovações no setor automobilístico encontram-se na área de tecnologia eletrônica e de software. O aumento dos componentes de software nos veículos impõe um questionamento à arquitetura de software atual. Portanto, os fabricantes de automóveis estão em busca de novas possibilidades para administrar o software de forma mais eficiente, desenvolver novas funções de modo mais rápido, garantir a escalabilidade e reduzir custos por meio de de processos de desenvolvimento mais eficientes.
A tecnologia eletrônica e o software são as bases para as novas funções no veículo. A diversidade de funções e a proporção dos softwares de veículo estão crescendo na tecnologia eletrônica de automóveis. Isso aumenta a complexidade da arquitetura do software e do sistema no automóvel. Além disso, a quantidade de variantes de equipamentos que podem ser especificadas pelo cliente torna o sistema ainda mais complexo. Os veículos de hoje possuem mais de 100 dispositivos de controle, nos quais os programas de computador controlam determinadas funções do veículo. Dada as crescentes quantidade e complexidade das funções do software, as arquiteturas de software comuns acabam por esbarrar em um limite. De acordo com uma pesquisa da Roland Berger, está previsto um crescimento na proporção do custo dos componentes eletrônicos em relação a todos os outros componentes de, atualmente, cerca de 16% para aproximadamente 35% até 2025. No caso da direção semiautônoma, esses componentes dos automóveis elétricos constituem mais de 7.000 dólares por veículo.
A introdução de automóveis controlados por software gera transformações significativas ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
O crescimento de sistemas eletrônicos e o uso de softwares no automóvel representam um grande desafio para a denominada arquitetura elétrica e eletrônica (arquitetura EE). No mais tardar, a direção automatizada e autônoma irá transformar a arquitetura EE tradicional. Ela será confrontada com enormes fluxos de dados e seu volume, por exemplo, área de montagem, peso, quantidade de dispositivos de controle, banda larga, irá crescer enormemente. Até o momento, a arquitetura de tecnologia eletrônica no automóvel consistia em dispositivos de controle descentralizados (ECU: Electronic Control Unit), que comandavam as funções individuais às quais o hardware e software estavam integrados. Atualmente, a tendência aponta para sistemas centralizados com controladores dedicados, que, cada vez mais, podem ser virtualizados. Dessa forma, esses dispositivos de controle realizam diversas funções de diferentes áreas no veículo. Nesse ramo, hardware e software são desassociados um do outro de forma mais intensa. Em vez de englobar 120 unidades de controle eletrônicas (ECU) individuais, elas são distribuídas em menor quantidade e centralizadas de forma mais intensa.
Em primeiro lugar, nos próximos anos, a arquitetura será estruturada em chamados domínios, compostos de diversos grupos de cálculos mesclados entre si. No longo prazo, elas serão centralizadas ainda mais em clusters regionais de supercomputadores. Por fim, serão estabelecidas determinadas funções para uma conectividade constante na nuvem. Na arquitetura do futuro, as unidades de controle serão consolidadas em um supercomputador (HPC). A arquitetura de sistema de TI irá migrar para o automóvel. Nessa arquitetura, o hardware fica cada vez mais desassociado do software. Para economizar dispositivos de controle adicionais, são operados dispositivos de controle virtuais nos supercomputadores. Por meio dessa arquitetura centralizada, muitas etapas de cálculo já estão migrando para os sensores e atuadores, criando sensores e atuadores inteligentes.
O automóvel está se desenvolvendo cada vez mais no sentido de um computador sobre rodas, conectado com o seu ambiente e outros veículos. Para isso, não é necessário apenas softwares nos automóveis, mas um ecossistema digital integrado a partir de uma infraestrutura de rede, nuvem e segurança.
Outras informações sobre a estratégia da T-Systems.